O agente Fifa Jorge Moraes participou nesta quarta-feira de uma audiência pública da Comissão de Esporte na Câmara dos Deputados, em Brasília, sobre a atuação dos agentes de futebol no Brasil. Presidente da Associação Brasileira de Agentes de Futebol (ABAF), Jorge Moraes esclareceu algumas questões dos parlamentares sobre a atuação desses profissionais.
Os deputados mostraram preocupação com as denúncias de abuso sexual de adolescentes nas categorias de base dos clubes de futebol, depois da repercussão gerada pelo caso de um homem que foi preso em São Bernardo do Campo acusado de abusar e maltratar 31 adolescentes menores de idade, contratados para jogar em clubes de futebol de São Paulo.
– Hoje são cerca de 250 agentes de futebol credenciados pela Fifa e não tenho conhecimento de nenhum agente credenciado que esteja envolvido nessa questão de aliciamento de jogadores. Isso aí são pessoas que vão para as cidades do interior e ficam falando que têm penetração em grandes clubes e vendem sonhos e mentiras – afirmou Jorge Moraes, completando em seguida:
– O agente Fifa precisa existir assim como há o corretor de imóveis, o corretor da bolsa de valores… Qualquer segmento precisa de assessoria jurídica, econômica… Mas é preciso ter seriedade, comprometimento e responsabilidade para que essas crianças realizam o sonho de se tornar jogadores de futebol.
Jorge Moraes também explicou aos parlamentares presentes na audiência como é estreito o caminho para que uma criança se torne jogador de futebol profissional. Atualmente, são cerca de 40 mil jogadores registrados na CBF, mas apenas cerca de 1.200 deles estão em clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Ele pede que haja um envolvimento maior do poder público.
– Hoje temos cerca de 600 clubes profissionais no Brasil, mas apenas 22 atenderam os requisitos e são certificados pela CBF para formar jogadores. Os clubes precisam se organizar mais, é necessário uma intervenção maior da CBF, das federações e do poder público. São 15 milhões de crianças que querem ser jogadores de futebol e 40 mil atletas registrados na CBF – finalizou.